quinta-feira, novembro 09, 2006

Há Palavras

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

segunda-feira, setembro 04, 2006

Will You Still Love Me - Melissa Etheridge

The sky is too high to paint tonight
The wind is too strong to hold on to
I climb on your roof and call out your name
Somebody stole my silver shoes
Now the show must go on, and on and on and on
[chorus]
Will you still love me anyway
Will you still need me when you're victorious
Will you still want me when i've nothing to say
Will you still love me anyway
I am in the big top on the live wire
Under the gun, over the fire
I'd swim up so high, like a swan i would dive
Someone took my net, and buried me alive
And the crowd screams for more - encore, encore
[chorus]
Oh i, i need to know why
Doesn't love die
What becomes of life
When does it begin
And tell me how's it end
When your carved into my carved into my carved into my skin
Will you still love me anyway
[chorus]

"Ilhas de Bruma"

Ainda sinto os pés no terreiro
Que os meus avós bailavam o pézinho
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Se no falar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
E no coração a ardência das caldeiras
Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Trago o roxo a saudade esta amargura
E só o vento me ecoa na lonjura
Mas trago o mar imenso no meu peito
E tanto verde a indicar-me a esperança

Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra

É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança

Por isso é que sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra.


Letra de Manuel Medeiros Ferreira

terça-feira, junho 27, 2006

Fisionomia dos Açores



«..."Ilhas da Bruma", nascidas da violência, a história da sua origem está escrita em pedra. Nos fundos oceânicos um arquipélago submerso conta história de ilhas que afundaram e de montanhas que ainda o não são; numas e noutras a vida pulula, emprestando outra dimensão ao horizonte sem fim que mistura mar e céu...»

quinta-feira, junho 08, 2006

Sei-te de Cor - Paulo Gonzo

sei de cor
cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças,
meu amor sei-te de cor
sei cada capricho teu e o que nao dizes
ou preferes calar, deixa-me adivinhar
nao digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor
sei porque becos te escondes,
sei ao pormenor o teu melhor e o pior
sei de ti mais do que queria
numa palavra diria
sei-te de cor.
sei cada capricho teu e o que nao dizes
ou preferes calar deixa-me adivinhar
nao digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
amor sei-te de cor
sei de cor cada traço do teu rosto, do teu olhar
cada sombra da tua voz e cada silencio,
cada gesto que tu faças
meu amor sei-te de cor
para tue

segunda-feira, maio 22, 2006

Will You Marry Me? - John Berry

I think I've waited long enough,
Let enough time go by,
To know just what I need in my life.
When I look at you right now,
My heart is telling me why,
You're the only one for me.
An' tonight, if you let me ask you this,
With Heaven as my witness:
Will you marry me?
I wanna be with you for all eternity.
I swear my love for you will always be.
Here, on bended knee,
Baby, I'm asking, please,
Will you marry me?
All that I see in your eyes,
Let me save deep inside,
'Cause I don't wanna lose one moment of you.
Lookin' like the picture in my dreams,
One that I see comin' true.
'Cause you're dreamin' the same dream I do.
Please let me ask you this,
All of Heaven as my witness:
Will you marry me?
I wanna be with you for all eternity.
I swear my love for you will always be.
Here, on bended knee,
Baby, I'm asking, please,
Will you marry me?
You're the only thing I've ever been this sure of.
More than anything I've ever wanted before.
Will you marry me?
I wanna be with you for all eternity.
I swear my love for you will always be.
Here, on bended knee,
Baby, I'm asking, please,
Will you marry me?
Will you marry me?
Oh.
(Will you marry me?)
Will you marry me?
(I wanna be with you for all eternity.)
Be with you.
(I swear my,) love for you will always be.
Right here, on bended knee,
Oh, baby, I'm asking, please,
Will you marry me?

sábado, maio 20, 2006

O Hino do Senhor Santo Cristo dos Milagres

Aliado à enternecedora manifestação religiosa dos micaelenses, anda, com certeza, o Hino do Senhor.

Não tem, na sua contextura, o conteúdo artístico das grandes peças musicais, mas possui o condão o de comover e aliciar a alma simples e humilde do nosso Povo. Ligado a toda a festa, na procissão e na alegria esfuziante que vibra nos arraiais, será sempre, a maviosidade do hino, a nota marcante e enternecedora, nestes dias do Senhor.


Glória a Cristo, Jesus, glória eterna,
Nosso Rei, nossa firme esperança,
Soberano que os mundos governa
E as nações recebem por herança.

Com o manto e o ceptro irrisório,
Sois de espinhos cruéis coroado,
Rei da dor, uma vez, no Pretório,
Rei de amor, para sempre adorado.

Combatendo, por vossa Bandeira
Que, no peito, trazemos erguida,
Alcançamos a paz verdadeira
E a vitória nas lutas da vida.

Só a vós, com inteira obediência
Serviremos com firme vontade,
Porque em Vós há justiça e clemência
Porque em Vós resplandece a verdade.

Concedei-nos, por graça divina,
Que sejamos um povo de eleitos,
Firmes crentes na Vossa doutrina,
Cumpridores dos Vossos preceitos.

O Hino do Santo Cristo foi composto, nos anos setenta do século XIX, pelo músico Candeias, da Banda Militar de Ponta Delgada.

Ordem geral da procissão - Domingo

IRMANDADE DO SENHOR SANTO CRISTO DOS MILAGRESORDEM GERAL DA PROCISSÃO
Domingo 21 de Maio
GUIÀO
1 Confraria do Senhor Santo Cristo (Promessas)
2 Bandas de Música (1º troco)

Sociedade Filarmónica Senhora da Piedade
Fundação Brasileira
Filarmónica Nª. Sª. Das Neves
Progresso do Norte
Lira de Nª. Sª. da Oliveira

3 Confraria do Senhor Santo Cristo (Promessas)
4 Bandas de Música (2º troço)

Lira do Espirito Santo
Banda Nª. Sª. Dos Remédios
Marceal Troféu
Harmonia Mosteirense

5 Confraria do Senhor Santo Cristo (Promessas)
6 Bandas de Música (3° troço)

Sociedade Filarmónica Minerva
Fanfarra Lealdade
Banda Nª. Sª. Das Victórias
Banda Lira do Sul
Marecal Trofeu

7 Confraria do Senhor Santo Cristo (Promessas)
8 Romeiros de S. Miguel
8 A - Anjinho e guiões pequenos
9 Clero
10 Sua Exª. Reverendíssima o Senhor D. Aurélio Granada Escudeiro, Bispo Emérito dos Açores
11 B - Sua Exª. Reverendíssima o Senhor D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra e Ilhas dos Açores
11 C - Sua Exª. Reverendíssima o Senhor D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa

12+13 ANDOR DO SENHOR SANTO CRISTO

14 Turnos do andor
15 1 Sub-Chefe e 2 Guardas da PSP
16 Bandas de Música (4º troço - Andor)

Eco Edificante
Estrela d'Alva
Lira do Norte
Lira de S. Roque
Fraternidade Rural

17 Internatos e Congregações Religiosas
18 1 Sub-Chefe e 4 Guardas da PSP
19 Senhoras (Promessas)
20 4 Escoteiros ou 1 Sub-Chefe e 2 Guardas da PSP
21 Casais (Promessas)
Peregrinos da Ilha de S. Miguel
22 Associações E organizações das várias paróquias da Ilha
23 Bandas de Música (5º troço)

Estrela do Norte
Sagrado Coração de Jesus
Eco Edificante
Lira Nª. Sª. da Estrela
Lira das Sete Cidades

24 1 Sub-Chefe e 4 Guardas da PSP
Cortejo Cívico
25 Presidente da Assembleia da República
25A - 1º Ministro do Governo da República

26 Representante da República para a R. A. dos Açores
27 Presidente da Assembleia Legislativa
28 Presidente do Governo
29 Juiz Conselheiro da Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas
30 Procurador-Geral Adjunto junto da Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas
31 Presidente do Ciclo Judicial de Ponta Delgada
32 Procurador da República no Ciclo Judicial de Ponta Delgada e Angra do Heroísmo
33 General Comandante Operacional dos Açores
34 Governo Regional dos Açores

1- Vice-Presidente do Governo
2- Secretário Regional da Presidência
3- Secretário Regional da Educação e Ciência
4- Secretário Regional da Habitação e Equipamentos
5- Secretário Regional da Economia
6- Secretário Regional dos Assuntos Sociais
7- Secretário Regional da Agricultura e Florestas
8- Secretário Regional do Ambiente e do Mar
9- Secretário Regional Adjunto do Vice-Presidente
10-Subsecretário Regional das Pescas
11 - do Ambiente
12- Adjunto da Presidência
13- Subsecretário do Planeamento e Assuntos Europeus

35 Presidente da Câmara de Ponta Delgada
36 Deputados

1 - à Assembleia da República
2 - ao Parlamento Europeu
3 - à Assembleia Legislativa Regional

37 Comandantes de Zona dos três ramos das F. Armadas
1 -Comandante Zona Militar dos Açores
2 - Comandante da Zona Marítima dos Açores representado pelo Cap. Porto
3 -Comandante da Zona Aérea dos Açores
4 -Comandante Regional da PSP dos Açores
38 Universidade dos Açores

1 - Reitor
2 - Presidentes do Conselho Científico e Pedagógico
3 - Vice-Reitores
4 - Pro-Reitores

39 Presidentes de Câmara. Ass. Municipal, Vereadores, Dep. Municipais
40 Presidentes de Câmaras de outras Ilhas
41 Chefes de Gabinete
1 - do Sr. Io Ministro
1 - do Sr. Representante da República
2 - do Sr. Presidente do Governo
42 Directores Regionais e equiparados
1- Secretário Geral da Presidência do Governo
2 - Directores Regionais
43 Comandante Local da Polícia Marítima e Capitão do Porto de P. Delgada
44 Comandante Local da Polícia de Segurança Pública
45 Comandante Regional da Brigada Fiscal da Guarda Nacional Republicana
46 Coordenador de Investigação Criminal da Polícia Judiciária nos Açores
47 Director Regional dos Açores do SIS
48 Director Regional dos Açores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
49 Coordenador de Investigação da P. Judiciária
50 Director Regional dos Açores do SIS
51 Director Regional dos Açores do Serv". de Estrangeiros e Fronteiras
52 Magistratura (Juizes de Direito e Delegados do Procurador da República)
53 Juntas de Freguesia de S. Miguel
54 Cônsules de Países Estrangeiros representados nos Açores
55 Comandante do Destacamento Americano, Chefes de Estado Maior do C.O.A. e dos Cmds. dos Três Ramos e Comandantes das Unidades Militares e Militarizadas a) Comandantes, 2°. Comandantes, Chefe de Estado-Maior do COA e Chefes de Estado Maior dos Comandos de Zona, com o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra / Coronel b) Comandantes, 2º. Comandantes e Chefes de Estado- Maior dos Comandos de Zona, com o posto de Capitão-de-Fragata /Tenente-Coronel: c) Outros Comandantes de Unidades Militares;d) Comandantes das Unidades da PSP: e) Comandantes da Brigada Fiscal da GNR
56 Corpo Docente das Escolas Secundárias (com os seus alunos)
57 Corpo Docente das Escolas Preparatórias58 Ordens

1 - Médicos
2 - Advogados
3 - Engenheiros
4 - Farmacêuticos
5 - Economistas
6 - Arquitectos
7 - Enfermeiros

59 Representante da Câmara dos Solicitadores
60 Provedor e Mesa da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia
61 Outras Misericórdias
62 Câmara do Comércio de Ponta Delgada
63 Associação de Lavradores
64 Associação de Jovens Agricultores
65 Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários
66 Presidente da Delegação Regional da Cruz Vermelha
67 LANA Liga dos Amigos da Neurocirurgia dos Açores
68 Liga dos Amigos do Hospital
69 Delegação dos Açores da Liga dos Combatentes
70 Associação de Comandos
71 Associação Edmundo Machado de Oliveira
72 Lions Club de S. Miguel
73 Associação de Amizade Açores Timor
74 Convidados

Director do Aeroporto de Ponta Delgada
Grupo de emigrantes representando a Comunidade Emigrante
Fim do cortejo cívico

75 Associações Católicas (incluindo Representação do CNE)
76 Associação dos Deficientes das Forças Armadas
77 Sociedade Micaelense Protectora dos Animais
78 Conferências de S. Vicente de Paula
79 Academias

Universidade dos Açores
Escola Superior de Enfermagem
Escola Secundária Antero de Quental
Escola Secundária da Ribeira Grande
Escola Secundária das Laranjeiras
Escola Preparatória Roberto Ivens
Escola Preparatória Canto da Maia
Centro de Formação Profissional dos Açores
Escola Profissional do SINDESCOM
Escola de Formação Turística e Hoteleira

80 Sindicatos
81 Outras Associações
82 Clubes Desportivos
83 Irmãos do Senhor Santo Cristo dos Milagres
84 Irmãos colaboradores da Mesa
85 Órgãos Sociais da IrmandadePresidente e Secretários da Assembleia Geral da Irmandade
86 Presidente e relatores do Conselho Fiscal
87 Mesa da Irmandade
Bandas de Música

Lira de Nª. Sª. da Oliveira
Lira de Na. Sa. da Estrela
Fraternidade Rural

83 Provedor e Mesários
88 Bandas de Música (6º troço)

Estrela do Norte
Banda de Nº. Sº. da Luz
Lira do Rosário
Soc. Filarmónica "União dos Amigos"
Imaculada Conceição

89 Escuteiros (Grupo 80 da Associação dos Escuteiros de Portugal)
90 Guias de Portugal
91 Grupo Escuteiros Jacques Yves Cousteau
92 Bombeiros (com as fanfarras de Ponta Delgada e Stª. Maria)
93 1 Sub-Chefe e 4 Guardas da PSP

Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres


O culto do Senhor Santo Cristo dos MilagresNuma ilha de vulcões em actividade constante e de sismos frequentes, a devoção era o único refúgio do povo, através do culto do Divino Espírito Santo e ao Senhor Santo Cristo dos Milagres.

A devoção que Teresa da Anunciada, venerável religiosa do convento de Nossa Senhora da Esperança, tão intensamente sentiu por Cristo, marcou profundamente a alma do povo, de tal modo que o culto ao Senhor, através da procissão com a imagem, se expandiu e fortaleceu ao longo dos séculos.

É, hoje em dia, a maior procissão, a mais grandiosa e a de maior devoção que se realiza em terras portuguesas.

No coração de cada açoriano, disperso pelo mundo, há um altar de culto eterno ao Senhor Santo Cristo, onde as suas preces mantêm permanentemente acesas místicas velas de imperecível devoção e saudade.

Daí a presença de milhares de açorianos que vêm participar, todos os anos, de Portugal, dos Estados Unidos da América, do Canadá e, naturalmente, das outras ilhas, nas grandes festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, numa autêntica e profunda manifestação de fé e devoção.

Semanas antes da procissão, o mosteiro da Esperança e a praça 5 de Outubro são preparados e enfeitados festivamente com milhares de lâmpadas multicores, mastros e bandeiras, flores de todas as espécies e cores que conferem ao recinto um deslumbrante ar de festa.

As festas duram vários dias. Sucedem-se os serviços religiosos e os concertos. Na tarde de sábado, há pessoas que andam à volta da praça de joelhos sobre as pedras do pavimento ou, então, carregadas de círios de cera, num agradecimento pela graça recebida do Senhor numa hora de aflição e sofrimento.

Depois, no domingo, milhares de pessoas incorporam-se na procissão. A abrir, o guião, com a coroa de espinhos dourada, depois duas longas filas de homens com opas, muitos com grossos círios votivos, outros descalços, no cumprimento de promessas, interrompidos por grupos de filarmónicas. Seguem-se associações juvenis transportando guiões de cores garridas, crianças vestidas de anjos, alunos do seminário, o clero micaelense e alguns sacerdotes convidados, todos eles a precederem a venerando imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, transportada sob um docel de veludo e ouro, num trono de lindíssimas flores de seda e pano, tecidas no século XVIII.

Após a venerando imagem, seguem-se os dignatários da Igreja Católica, representantes das congregações religiosas sediadas em S. Miguel e muitos milhares de senhoras, no cumprimento de promessas.

A fechar o extenso cortejo, seguem-se as mais altas autoridades militares e civis, representações e associações sociais e desportivas.
A grande procissão recolhe, já quase noite, após cinco horas de circulação pelas principais ruas de Ponta Delgada.

O corpo principal do tesouro do Senhor Santo Cristo dos Milagres é constituído pelas seguintes jóias: o Resplendor, a Coroa, o Relicário, o Ceptro e as Cordas.
Frutos dos mistérios da Fé, sinais da gratidão dos mortais pelos milagres que os ajudam a caminhar pela vida, o Ex-Libris do Tesouro, o RESPLENDOR é a peça mais rica do espólio. Fotografado e documentado por especialistas internacionais em arte, foi recentemente considerado, num congresso em Valladolid, Espanha, a peça mais valiosa do seu género em toda a Península Ibérica.

O RESPLENDOR, em platina cromada de ouro, pesa 4,850 gramas e está incrustado de 6.842 pedras preciosas de todas as qualidades: topázios, rubis, ametistas, safiras, etc. Além do valor artístico, esta jóia está carregada de elementos simbólicos ligados à teologia. O primeiro é a da Santíssima Trindade, representada por um triângulo no centro que contém três caracteres com o seguinte significado: "Sou o que Sou" e também "Pai, Filho e Espírito Santo".

Deste triângulo irradiam os resplendores para as extremidades da peça. O segundo elemento é a Redenção de Cristo, representada pelo cordeiro sobre a cruz e pelo livro dos Sete Selos do Apocalipse. Um terceiro é a Eucaristia, simbolizada por uma ave, o pelicano, pelo cálice e pelo cibório. O último elemento simbólico do RESPLENDOR é a Paixão de Cristo passando pela coroa representada em pormenor: desde a túnica ao galo da Paixão, passando pela coroa de espinhos integralmente feita de esmeraldas.

Se o Resplendor é a jóia mais rica do Tesouro, a COROA é a sua peça mais delicada. Em ouro, pesando apenas 800 gramas, possui 1.082 pedras preciosas, todas elas trabalhadas com minúcia, onde os próprios espinhos são pequeníssimas pedras que diminuem de tamanho nas extremidades.

O RELICÁRIO é, por outro lado, a peça mais enigmática do Tesouro. É a única que está permanentemente colocada no peito da imagem e serve para guardar o Santo Lenho, que se crê ser uma farpa da verdadeira cruz em que Jesus foi crucificado.

O CEPTRO, a quarta peça do Tesouro, é constituída por 2.000 pérolas que formam uma maçaroca de cana, 993 pedras preciosas ao longo do tronco e no conjunto de brilhantes com renda de ouro na base, onde está colocada a Cruz de Cristo.

Finalmente, as CORDAS, com 5,20 metros de comprimento, constituem a quinta peça do corpo principal do Tesouro. São duas voltas de pérolas e pedras preciosas enroladas em fio de ouro.

Estas jóias possuem um valor incalculável, que ainda não está devidamente avaliado. As Jóias do Senhor Santo Cristo dos Milagres, como também a colecção de capas usadas pela imagem, podem ser admiradas no Convento de Nossa Senhora da Esperança.

Devaneio

fui convidada por uma quimera
para em breves linhas
dissertar por entre a natureza.
sob o sol de inverno
foi aí que vi que eram minhas
aquelas lágrimas caídas
num riacho de dor e tristeza.
memórias passadas de um amor
cicatrizes marcadas como tatuagens
em meu corpo
ferida aberta no meu peito...
enxugo as lágrimas e sigo
por entre o jardim
sorrio c o voo da borboleta
e mais uma vez
digo para quem quiser ouvir
que apesar de tudo
que nunca terá sido um erro amar-te.
By IlhaDeBruma

Quero...

QUERO
PEDIR-TE O FAVOR
DE ME AJUDARES
NESTA AGONIA

QUERO
PEDIR-TE O FAVOR
DE ME AMARES
A CADA DIA

QUERO
PEDIR-TE O FAVOR
DE CAMINHARES
A MEU LADO

QUERO
PEDIR-TE O FAVOR
DE ME PERDOARES
E NUNCA ME DEIXARES.
By IlhaDeBruma

domingo, maio 07, 2006

We're all alone - Rita Coolidge


Outside the rain begins and it may never end
So cry no more on the shore a dream
Will take us out to sea
Forever more forever more
Close your eyes and dream
And and you can be with me
'Neath the waves through the caves of hours
Long forgotten now
We're all alone we're all alone

Close the window calm the light
And it will be alright
No need to bother now
Let it out let it all begin
Learn how to pretend

Once a story's told
It can't help but grow old
Roses do lovers too
So cast your seasons to the wind
And hold me dear oh hold me dear

Close the window calm the light
And it will be alright
No need to bother now
Let it out let it all begin
All's forgotten now
We're all alone oh oh we're all alone
Close the window calm the light
And it will be alright
No need to bother now
Let it out let it all begin
All's forgotten now
We're all alone we're all alone
Let it out let it all begin
Owe it to the wind my love

esta é dakelas especiais e k está no top 5 das minhas canções favoritas de sempre

terça-feira, abril 11, 2006

Romeiros Micaelenses


As romarias quaresmais são "(…)as mais formosas tradições da Ilha de S. Miguel, porque nelas se revela a crença sadia, que, sendo o esteio de vigorosos antepassados, não deixa de perfumar a vida de modernas gerações, apesar da caudalosa torrente de impiedade querer avassalar todos os espíritos(…)" - sublinha no livro "A Alma do Povo Micaelense" o Pe. Ernesto Ferreira.Mas, de onde vem esta tradição das comunidades católicas de S. Miguel? No regulamento dos romeiros que a diocese de Angra editou há três anos refere-se que tem origem nas hecatombes naturais que devastaram Vila Franca do Campo - ao tempo a maior aglomeração populacional - a 22 de Outubro de 1522 e dias seguintes. Dando sempre a esquerda ao mar, caminham os romeiros micaelenses durante oito dias, transportando consigo a atitude de humildade, da doação ao próximo, da peregrinação por intenção da sorte dos outros. Bordão de conto, rosário de lágrimas, lenço, cevadeira e xaile são utensílios fundamentais destes romeiros.
No caminho peregrino, este grupo de homens - vulgarmente denominado "Rancho de Romeiro" - invocam a misericórdia divina e cantam louvores à Virgem Auxiliadora sob a direcção de um homem, a quem os companheiros dão o nome de mestre, experimentado e conhecedor das veredas de S. Miguel, mas que a todos trata por irmãos. E quais as responsabilidades do mestre? Manter a ordem do rancho, providenciar as orações nas igrejas, oferecer e suplicar a Deus e à Virgem as preces de que vem incumbido. Ele é o primeiro que se ajoelha em cada paragem. O último a recolher-se para o descanso nocturno e o primeiro a erguer-se na madrugada seguinte. Ao mestre deve-se obediência como a um capitão de navio. A meio do rancho segue o procurador das almas - durante a caminhada pede que se reze pelos defuntos.
São algumas as quadras cantadas pelos ranchos dos romeiros que calcorreiam as estradas de alcatrão, os valados e as canadas de toda a ilha, em visita penitente às igrejas e ermidas do seu trajecto:
"Caminha, irmão romeiro
Vence mais esta vitória,
P´ra que sejas herdeiro
Do reino da eterna glória"
Com o aproximar da noite, os chefes de família vão buscar um ou mais romeiros para lhes dar hospedagem. Chegados ao local da pernoita, cumpre-se a visita à Igreja paroquial. A penitência de cada dia termina com o acto de acolhimento e a oração da noite. O grupo separa-se mas leva as regras consigo: "Um romeiro nunca pede, apenas recebe de bom grado e humildemente o que lhe é dado". No dia seguinte, levantam-se muito cedo, reúnem-se e continuam a sua romagem. Após nova paragem numa ermida isolada ou na igreja do povoado, os romeiros mantêm a concentração que lhes dá o recolhimento da condição de peregrino. Faça chuva ou faça sol, estes micaelenses caminham... caminham... e conservam esta preciosa herança.
Os ranchos não têm número preferencial de aderentes. Tudo depende do tamanho da localidade, da ocasião, e, quem sabe, da fé dos homens da povoação. A paupérrima terra de pescadores - Rabo de Peixe - costuma ser aquela com o maior "cardume" de romeiros, este ano o rancho foi constituído por 123 romeiros. Já agora fiquem a saber, que se perguntar ao irmão procurador das almas, quantos irmãos vão no rancho, o número de resposta é o número de Avé Marias a ser rezado. Em 500 anos de história de Romarias, apenas uma mulher foi autorizada a acompanhar os romeiros, devido a uma promessa feita.
Mas por que se atrevem estes homens a sacrificar-se nestas Romarias? Talvez as condições económicas e os sustos apanhados nas vagas alterosas do Atlântico, os apelem a esta "caminhada conversadora" com a Senhora Santa Maria dos Romeiros.
Acredito que deve ser uma experiência única na vida, daquelas que nos faz pensar em todo o significado de uma qualquer existência!!!
Por este ano as romarias estão-se a acabar, os últimos romeiros encontram-se neste momento a meio das suas caminhadas, sábado será a tão ansiada chegada e o fim de um penoso caminho.
A quem conduz nas estradas micaelenses nunca é demais pedir a atenção e o respeito por quem vai na romaria.

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente !
Florbela Espanca

sábado, abril 08, 2006

A Minha Ilha

MJM



I Parte

Habito aqui nesta ilha de bruma,
toda ela cercada por alva espuma,
de um mar azul que a acaricia,
desde a praia à mais alta penedia:
habito em matizes de verdura,
respiro o vento e sua frescura,
palmilho jardins em suas estradas;
deito-me em noites estreladas.
Acordo com odores a maresia,
creio aquilo que a terra cria,
subindo ao cume da montanha,
desfruto uma sensação estranha:
e danço, danço e torno a dançar,
nas nuvens que me vêm abraçar.
II Parte
Habito aqui, numa misteriosa ilha,
bonita, colorida, da Atlântida filha,
Abraço suas lagoas, quentes caldeiras,
Voo céu sobre suas cumeeiras,
revendo lendas que foram contadas
em azul e verde lá encantadas.
Passeio por entre chuva miudinha,
trazendo o verde para alegria minha,
Acabando por embriagado ficar
por tanta beleza poder abraçar.
Partilho de perto todos os seus odores,
descobrindo nela variados amores,
e quando o Sol se vai deitar,
deixo-me em sonhos embalar:
e canto, canto e torno a cantar,
antes que o sol me venha acordar.
III Parte

Vivia aqui, em mantos ondulantes,
de tamujo e bracego, verdejantes,
haviam cedros e fetos, majestosos,
onde nidificavam priolos amorosos.
Ainda lembro as cores dos vinháticos,
das urzes dizimadas por lunáticos,
deixando minha ilha mais nua,
como se a natureza fosse sua.
Palmilhava alcatifas de musgão,
esponjas férteis, como um condão,
onde as galinholas se alimentavam,
e livres, lindas, se acasalavam.
Recordo-me das frescas ribeiras
em correria, livres, altaneiras,
dando-me toda a sua frescura,
molhando minha cara com ternura:
e choro, choro e torno a chorar
por ver minha ilha a agoniar.
by Valdemar Lima Oliveira

quarta-feira, abril 05, 2006

Cá estou eu!

Olá,

cá estou nessas andanças, graças ao meu colega Koli.

Vou tentar fazer algo neste cantinho, se conseguir é claro.

Bêjes c sotake

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