domingo, março 06, 2011

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Te olho nos olhos e você reclama
Que te olho muito profundamente

Desculpa,

Tudo que vivi foi profundamente
Eu te ensinei quem sou
E você foi me tirando
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta

Eu que sempre fui livre,

Não importava o que os outros dissessem.

Até onde posso ir para te resgatar?


Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade

De me inventar de novo

Desculpa se te olho profundamente, rente à pele

A ponto de ver seus ancestrais
Nos seus traços

A ponto de ver a estrada muito antes dos seus passos


Eu não vou separar as minhas vitórias

Dos meus fracassos

Eu não vou renunciar a mim


Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser

Vibrante, errante, sujo, livre, quente

Eu quero estar viva e permanecer

Te olhando profundamente. 

Autoria: Ana Carolina

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